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Campanha Março Azul alerta sobre riscos do câncer colorretal

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(Repro­du­ção Web)

Doença mata aproximadamente 40 mil pessoas por ano


Publi­ca­do em 02/03/2021 — 18:19 Por Ala­na Gan­dra – Repór­ter da Agên­cia Bra­sil — Rio de Janei­ro

A Soci­e­da­de Bra­si­lei­ra de Endos­co­pia Diges­ti­va (Sobed), a Asso­ci­a­ção Médi­ca Bra­si­lei­ra (AMB), o Con­se­lho Fede­ral de Medi­ci­na (CFM) e mais nove soci­e­da­des de espe­ci­a­li­da­des médi­cas, lan­ça­ram hoje (2) a cam­pa­nha Mar­ço Azul, para cons­ci­en­ti­za­ção sobre os ris­cos do cân­cer color­re­tal (CCR) no país. A Sobed aler­ta para ações de pro­mo­ção de hábi­tos sau­dá­veis, melho­ra da pre­ven­ção e qua­li­fi­ca­ção da assis­tên­cia para redu­zir os índi­ces des­sa doen­ça.

A cam­pa­nha Mar­ço Azul, que já é defla­gra­da inter­na­ci­o­nal­men­te pela Euro­pa e Esta­dos Uni­dos, che­ga ago­ra ao Bra­sil por ini­ci­a­ti­va da Sobed. O obje­ti­vo é mobi­li­zar e cons­ci­en­ti­zar a popu­la­ção e os pro­fis­si­o­nais de saú­de de que se tra­ta de uma cam­pa­nha para ras­tre­a­men­to do cân­cer color­re­tal, dis­se à Agên­cia Bra­sil o pre­si­den­te da Sobed, Ricar­do Dib.

Ele des­ta­cou que aumen­tar as chan­ces de cura e de sobre­vi­da são fun­da­men­tais. “Por isso, é neces­sá­rio detec­tar os sinais da doen­ça o mais cedo pos­sí­vel, já toman­do as pro­vi­dên­ci­as para alcan­çar sua cura e redu­zir danos”, expli­cou Dib.

“O CCR mata apro­xi­ma­da­men­te 40 mil pes­so­as por ano, ou seja, mata mais ou menos 20 mil homens e 20 mil mulhe­res. E é uma doen­ça que hoje é defi­ni­da, esta­tis­ti­ca­men­te falan­do, pelo Ins­ti­tu­to Naci­o­nal de Cân­cer José Alen­car Gomes da Sil­va [Inca] como o segun­do tumor, a segun­da neo­pla­sia que mais mata homens e mulhe­res no nos­so país”. A neo­pla­sia que mais mata homens é a da prós­ta­ta, segui­da pela do reto; na mulher, é a da mama, vin­do em segui­da a do reto, infor­mou o espe­ci­a­lis­ta. Estão excluí­dos aqui os casos de tumo­res de pele.

Tam­bém conhe­ci­do como cân­cer de intes­ti­no ou cân­cer de cólon e reto, o cân­cer color­re­tal é abran­ge os tumo­res que se ini­ci­am na par­te do intes­ti­no gros­so cha­ma­da cólon e no reto (final do intes­ti­no, ime­di­a­ta­men­te antes do ânus) e no ânus. Segun­do o Inca, a doen­ça é tra­tá­vel e, na mai­o­ria dos casos, curá­vel, se detec­ta­da pre­co­ce­men­te, quan­do ain­da não se espa­lhou para outros órgãos.

Gran­de par­te des­ses tumo­res se ini­cia a par­tir de póli­pos, lesões benig­nas que podem cres­cer na pare­de inter­na do intes­ti­no gros­so. O Inca esti­ma o sur­gi­men­to de 40.990 novos casos por ano, para o tri­ê­nio 2020/2022, sen­do 20.520 em homens e 20.470 em mulhe­res. Os núme­ros cor­res­pon­dem a um ris­co esti­ma­do de 19,64 casos novos a cada 100 mil homens e 19,03 a cada 100 mil mulhe­res.

“Por isso, temos que defla­grar essa cam­pa­nha para cons­ci­en­ti­zar o povo e os médi­cos, em geral, para que, quan­do algum paci­en­te tiver algum sin­to­ma, pes­qui­sar a pos­si­bi­li­da­de de ele ter tumor gas­troin­tes­ti­nal”, afir­mou Ricar­do Dib. Para ele, a união com outras enti­da­des médi­cas deve for­ta­le­cer a cam­pa­nha, que será divul­ga­da nas redes soci­ais. O médi­co dis­se que vai con­vi­dar mais asso­ci­a­ções e soci­e­da­des médi­cas para refor­çar a mobi­li­za­ção da soci­e­da­de, para pro­mo­ção da cam­pa­nha em âmbi­to naci­o­nal.

Fato­res como o aumen­to da expec­ta­ti­va de vida, o enve­lhe­ci­men­to da popu­la­ção e até mes­mo a pan­de­mia do novo coro­na­ví­rus podem impac­tar no sen­ti­do da ele­va­ção das taxas de mor­bi­da­de e mor­ta­li­da­de pelo CCR nos pró­xi­mos anos, aler­ta a Sobed. Os refle­xos devem sur­gir até o ano de 2025.

Entre as for­mas de pre­ven­ção ao sur­gi­men­to de novos casos, a Sobed sali­en­tou o com­ba­te ao taba­gis­mo, alco­o­lis­mo, seden­ta­ris­mo, con­su­mo exces­si­vo de car­nes ver­me­lhas e die­ta pobre em fibras, entre outras. Todos são con­si­de­ra­dos fato­res de ris­co para o cân­cer color­re­tal, e sua eli­mi­na­ção do coti­di­a­no dos indi­ví­du­os cons­ti­tui medi­da de pri­mei­ro nível para a pro­te­ção.

Proteção

O pre­si­den­te da Comis­são de Ações Soci­ais da Sobed e coor­de­na­dor do movi­men­to Mar­ço Azul, Mar­ce­lo Aver­ba­ch, des­ta­cou que a pre­o­cu­pa­ção máxi­ma da enti­da­de é pro­te­ger os bra­si­lei­ros de uma doen­ça que pode ser evi­ta­da com inves­ti­men­tos em medi­das pre­ven­ti­vas. “O cus­to des­sas ações é mui­to infe­ri­or ao gas­to para aten­der casos diag­nos­ti­ca­dos, bem como assu­mir des­pe­sas com apo­sen­ta­do­ri­as e pen­sões. Para o gover­no, os ganhos são de ordem econô­mi­ca. Para as pes­so­as, eles são sinô­ni­mo de mais saú­de e vida”, enfa­ti­zou Aver­ba­ch.

De acor­do com a Sobed, o cân­cer color­re­tal é con­si­de­ra­do uma doen­ça do “esti­lo de vida”. Estu­dos indi­cam que uma die­ta rica em fibras, com­pos­ta de ali­men­tos como fru­tas, ver­du­ras, legu­mes, cere­ais inte­grais, grãos e semen­tes, além da prá­ti­ca de ati­vi­da­de físi­ca regu­lar, pre­vi­nem o cân­cer color­re­tal.

As nove soci­e­da­des de espe­ci­a­li­da­des médi­cas que apoi­am a cam­pa­nha Mar­ço Azul são o Colé­gio Bra­si­lei­ro de Cirur­gia Diges­ti­va; o Colé­gio Bra­si­lei­ro de Cirur­giões; a Fede­ra­ção Bra­si­lei­ra das Asso­ci­a­ções de Gine­co­lo­gia e Obs­te­trí­cia; a Fede­ra­ção Bra­si­lei­ra de Gas­tro­en­te­ro­lo­gia; a Soci­e­da­de Bra­si­lei­ra de Cirur­gia Onco­ló­gi­ca; a Soci­e­da­de Bra­si­lei­ra de Colo­proc­to­lo­gia; a Soci­e­da­de Bra­si­lei­ra de Geri­a­tria e Geron­to­lo­gia; a Soci­e­da­de Bra­si­lei­ra de Onco­lo­gia Clí­ni­ca e a Soci­e­da­de Bra­si­lei­ra de Uro­lo­gia.

Edi­ção: Nádia Fran­co

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